Acidentes na Alemanha com origem numa má conduta

01/09/2017 O fator humano
O efeito do álcool e uma velocidade não adaptada baixaram consideravelmente, no entanto, a velocidade não adaptada permanece a causa individual mais frequente em acidentes mortais.
Segundo dados oficiais, registaram-se, em 2015, em acidentes com feridos nas estradas alemãs, 253 504 casos de má conduta dos 378 156 condutores de veículos de passageiros envolvidos. Em 1991, o número de casos de má conduta ascendia aos 378 373 dos 510 357 condutores de veículos de passageiros envolvidos. Falamos aqui de uma redução de 33%. Uma redução especialmente significativa verificou-se, neste contexto, na condução sob o efeito do álcool (75%, de 29 800 para 7553 casos de má conduta). Uma redução igualmente muito significativa verificou- se também na velocidade não adaptada (63%, de 84 380 para 31 559 casos de má conduta). Já a distância insuficiente registou, pelo contrário, um aumento (5%, de 37 975 para 39 982 casos de má conduta). Neste domínio, foram sobretudo as medidas de combate ao álcool ao volante e as operações de controlo de velocidade que surtiram um efeito positivo na evolução da segurança rodoviária.
Se é verdade que anteriormente a velocidade não adaptada representava, de longe, a má conduta dos condutores de veículos de passageiros mais frequente em acidentes com feridos, esta causa de acidente encontra-se atualmente no 4.º lugar desta classificação. No entanto, a velocidade não adaptada continua a ser a causa individual mais frequente apurada nos acidentes mortais.
O sucesso das medidas de combate ao álcool como causa de acidente, no entanto, não se reflete apenas na ocorrência de acidentes em que os condutores de veículos de passageiros são os principais culpados. É visto também de forma impressionante na redução do total de vítimas mortais resultantes de acidentes com origem no álcool. Se em 1991 se registavam ainda 2229 vítimas mortais em acidentes cuja principal causa se devia ao consumo de álcool, a verdade é que este número baixou 89%, para 256, até 2015. Por outro lado, também a proporção de vítimas mortais em acidentes com origem no álcool, tendo em conta o total de mortes no trânsito rodoviário, desceu, no período considerado, de 19,7% para 7,4%.
Além da maior consciência no que diz respeito ao consumo de álcool, esta redução significativa deve-se também, indubitavelmente, ao exame médico psicológico (MPU). De acordo com a situação jurídica atual, os condutores que tenham sido apanhados com uma taxa de alcoolemia mínima de 1,6 mg/ml ou que sejam reincidentes numa condução sob o efeito de álcool, têm de comprovar num MPU, depois de excedido o prazo de inibição de condução, que estão novamente aptos a participar no trânsito rodoviário. Estudos diversos confirmam o carácter preventivo de reincidência deste método para a nova atribuição da carta de condução. Este efeito é também favorecido pelo facto de muitos afetados tomarem, numa fase anterior ao MPU, medidas que visam a alteração permanente do consumo de álcool.