A condução defensiva é a regra máxima

26/11/2025
Há movimento nas estradas. Para onde quer que se vá, a próxima obra já lá está. Não raras vezes, o desvio passa por uma zona residencial ou junto a ela; sendo necessário ter em conta alterações às regras de prioridade, proibições de passagem e ruas temporariamente de sentido único, e por vezes até os autocarros de carreira têm de forçar a passagem por zonas estreitas.
Estas regras não são estranhas apenas para os automobilistas; também os moradores têm de se adaptar durante o decorrer das obras. O que à primeira vista parece uma rua secundária insignificante pode, como na Alemanha se aplica a regra de “prioridade à direita”, revelar-se prioritária no que diz respeito ao fluxo principal de trânsito. Isto requer habituação e pode levar a mal-entendidos, não só porque o respetivo sinal de prioridade pode muito facilmente perder-se na “floresta” de sinais existentes.
“Os desvios estão cheios de surpresas”, alerta Luis Ancona, investigador de acidentes na DEKRA. Se se tratar de uma rua temporariamente de sentido único, é bem possível que esteja autorizada a circulação de bicicletas no sentido contrário. Especialmente em condições de má visibilidade, é de esperar encontros perigosos. Quem depende das aplicações de navegação mais comuns muitas vezes fica sem orientação, porque estas atualizam-se com demora.

Ainda que se utilize o GPS, deve dar-se sempre prioridade à sinalização no local e evitar seguir a aplicação de forma cega

explica o especialista.
Em ruas próximas de zonas residenciais e de escolas, é frequente encontrar crianças de manhã e à hora de saída das aulas, quer a pé quer de bicicleta. Também por este motivo, é recomendável conduzir aqui com especial cuidado e estar preparado para surpresas. Ancona: “É recomendável uma condução defensiva, tolerante a erros. Esteja atento aos outros e cumpra os limites de velocidade; assim terá mais tempo para reagir.”
Mas quem anda a pé também tem de estar atento. Se um dos lados da rua estiver ocupado com obras, os peões têm, por vezes, de atravessar a faixa de rodagem em locais de visibilidade reduzida. Até no passeio disponível é preciso cuidado, uma vez que, na área de obras, os veículos grandes e os peões podem passar perigosamente próximos uns dos outros. Além disso, há sempre a possibilidade de encontrarmos condutores que, distraídos pelo desvio, pelo movimento da obra e pela “floresta” de sinais, prestam menos atenção aos peões junto à berma.