O médico responsável tem o dever de informar o paciente e de documentar a intervenção realizada
Após uma intervenção cirúrgica ambulatória com anestesia ou de um tratamento médico com anestesia local, os pacientes, por norma, querem voltar rapidamente à vida normal. A rapidez com que podem voltar a conduzir depende, em grande parte, do tipo de anestesia e da intervenção realizada. Independentemente do tipo de intervenção cirúrgica em causa, é importante ter em consideração o seguinte: Em caso de anestesia, a medicação utilizada permanece no organismo do paciente durante algum tempo após a intervenção. A capacidade de perceção e o tempo de reação podem ser muito ou pouco afetados. Durante este período, os condutores não são capazes de conduzir um veículo em segurança.
Dr. Thomas Wagner — responsável pela aptidão de condução na DEKRA — explica o que tem de ser observado nestes casos:
- Esclareça antecipadamente com o médico responsável pela intervenção, de que forma a anestesia irá afetar a sua capacidade de condução e durante quanto tempo não poderá conduzir. Além disso, é importante ter em consideração que cada pessoa reage de forma diferente à medicação, pelo que o período de interdição à condução é diferente para cada pessoa.
- Peça a um familiar ou amigo que o vá buscar após a operação ou intervenção ou apanhe um táxi. Se utilizar transportes públicos, deve fazer-se acompanhar por um familiar ou amigo. Lembre-se de que a sua capacidade de conduzir também pode ser afetada após uma colonoscopia, uma ressonância magnética ou um exame oftalmológico.
- Importante: Qualquer pessoa que se coloca ao volante tem de assegurar de que é e está plenamente capaz de conduzir o veículo em segurança. As infrações a esta obrigação não são classificadas pela lei como uma infração trivial, mas — tal como as infrações relacionadas com álcool e drogas — como uma infração penal. De acordo com o parágrafo 315c do Código Penal Alemão, os infratores podem ser condenados a uma coima ou a uma pena de prisão de até cinco anos.
- Em caso de acidente, a seguradora pode também recusar-se a regularizar o sinistro na totalidade ou exigir ao condutor o pagamento de parte das despesas incorridas.
Os médicos que tratam os pacientes têm também a obrigação de fornecer informações e documentação completas, quando se trata de avaliar a aptidão de condução dos pacientes. Se um paciente inapto para conduzir causar um acidente de viação, isso pode ter consequências muito graves para o médico responsável, se este não tiver verificado adequadamente a capacidade psicofísica do doente, se não lhe tiver fornecido informações suficientes e se não tiver documentado adequadamente o processo. Por conseguinte, o paciente deve encarar com seriedade as “instruções” médicas e segui-las rigorosamente.