Os sistemas de assistência não são pilotos automáticos

26/10/2023

Os condutores continuam a ter responsabilidade

Para tirar o máximo partido do potencial de segurança do seu veículo, é necessário saber como utilizar corretamente os sistemas de assistência ao condutor instalados e quais são os seus limites.
Cada vez mais, os automóveis modernos dispõem de assistente de travagem de emergência, assistente de faixa de rodagem, Cruise Control adaptativo e outros. "Todos estes sistemas tornam a condução mais confortável e, acima de tudo, mais segura – desde que os condutores saibam utilizá-los", afirma Luigi Ancona, investigador de acidentes da DEKRA. Mas é importante estar ciente dos limites da tecnologia. Isto porque mesmo um assistente de faixa de rodagem ativo não consegue manter um veículo na estrada se este entrar numa curva em excesso de velocidade ou se a estrada estiver escorregadia.

Nem o melhor sistema consegue contrariar os limites físicos.

Mesmo com o assistente de travagem de emergência, o condutor continua a ter de estar atento, pensar e reagir. Em situações de perigo, deve travar de forma ativa e decidida, tal como antes, para reduzir rapidamente a velocidade e evitar uma colisão. "Se a pessoa ao volante não reagir, por exemplo, a uma colisão traseira iminente, o sistema emite primeiro um aviso, depois trava ligeiramente e só aplica o travão de emergência no último momento se o condutor não reagir ao aviso", explica o especialista em casos de acidentes. Desta forma, a paragem do veículo ocorre mais tarde do que se o condutor reconhecer a situação de perigo numa fase inicial e reduzir a velocidade. Assim, recomenda-se uma condução preventiva, para não se chegar a uma situação em que seja necessário travar bruscamente, em particular porque uma travagem de emergência é sempre perigosa para o tráfego que circula atrás.
"Os sistemas têm a função de auxiliar o condutor em situações de perigo, por exemplo, se estiver desatento, cometer um erro, estiver distraído ou demasiado cansado", explica Ancona. No entanto, deve ficar claro para os condutores que continuam a ser responsáveis pela sua própria condução e que não devem confiar cegamente na tecnologia. "São sistemas de assistência, não pilotos automáticos." Os sistemas disponíveis já funcionam bastante bem, mas ainda não são perfeitos em todas as condições, por exemplo, quando os sensores ou as câmaras estão sujos ou cobertos de neve.

Interação entre o condutor e o sistema

"Para uma condução segura, é importante uma boa interação entre o condutor e os sistemas instalados no veículo", sublinha o investigador de acidentes. É importante saber como funcionam os sistemas eletrónicos que salvam vidas e que os condutores devem estar atentos para poderem intervir a qualquer momento. "Quem quiser conduzir em segurança, também tem de saber que sistemas fazem parte do equipamento do veículo, se um determinado sistema está ativado, como o pode reconhecer e como ativar ou desativar os sistemas", acrescenta Thomas Riedel, Diretor da Habilitação de Condutores da DEKRA. No que se refere aos exames de condução, esta já é uma norma desde meados de 2022. Neste caso, os candidatos à carta de condução devem provar que conseguem utilizar de forma autónoma os sistemas de assistência instalados no veículo utilizado no exame. No entanto, esses conhecimentos também se aplicam aos condutores experientes quando se sentam ao volante de um veículo com sistemas de assistência.
"Qualquer pessoa que utilize diferentes veículos a título particular ou profissional deve saber que os sistemas diferem consoante o fabricante. Não só os sinais sonoros, os símbolos no cockpit e os nomes podem diferir com as mesmas funções, mas também as funções e os limites dos sistemas."