Promoção da autonomia da criança na Circulação rodoviária
Para promover um comportamento seguro dos filhos na circulação rodoviária, existem diversas possibilidades a que os pais podem recorrer. Os inquiridos tiveram, portanto, de indicar também que possibilidades consideravam mais adequadas. Com maior frequência, foi referido que, enquanto pais, deveriam ser um modelo para a criança na circulação rodoviária, por exemplo, cumprindo as regras de trânsito de forma consistente (82 %). Do ponto de vista psicológico, esta é também a melhor possibilidade, uma vez que, para qualquer criança, a aprendizagem com o exemplo dos pais tem a máxima importância. A explicação à criança diretamente nos locais de perigo das estradas assume, igualmente, um papel importante (80 %). Mais importante seria, contudo, ajudar ativamente a criança a lidar de forma segura com os locais de perigo nas estradas, praticando em conjunto. Isto foi indicado por 79 % dos inquiridos. Percorrer e testar em conjunto caminhos frequentemente utilizados, como, por exemplo, o caminho para a escola ou o caminho para o clube desportivo, a pé ou de bicicleta, é igualmente considerado um meio importante para o aumento da autonomia e um comportamento seguro da criança no trânsito (80 %).
73 % consideram que uma medida muito importante para a promoção do comportamento seguro na circulação rodoviária é a explicação do significado dos sinais de trânsito ou de uma passagem para peões. Treinar a segurança de condução da criança com a bicicleta ou a trotinete (69 %) e definir juntamente com a criança um caminho adequado para a escola para utilização regular (67 %) foram referidos como medidas muito importantes por cerca de dois terços dos inquiridos. No que respeita a todos os exercícios práticos, as mulheres indicaram com maior frequência do que os homens que consideravam as medidas em questão muito importantes para promover um comportamento seguro dos seus filhos na circulação rodoviária. 60 % dos inquiridos consideraram, além disso, que é bastante pertinente dar roupa chamativa para a criança vestir, para que os outros utentes da estrada consigam ver a criança na estrada. Esta medida foi indicada com mais frequência pelos pais de crianças mais novas. Seria desejável promover ainda mais esta medida para crianças de todas as faixas etárias, a todos os níveis.
Questionados sobre quais das possibilidades referidas já utilizaram alguma vez para promover o comportamento seguro dos seus filhos na circulação rodoviária, consoante a medida, 70 a 85 % dos inquiridos indicaram que já esclareceram os seus filhos sobre locais de perigo e sinais de trânsito, treinaram com os mesmos percursos e situações perigosas e treinaram a sua segurança de condução com a trotinete ou a bicicleta. Em particular esta última possibilidade, tendo em conta o maior risco de ferimentos das crianças especialmente enquanto ciclistas, é essencial.
70 % dos inquiridos definiram um caminho para a escola juntamente com os seus filhos. 60 % indicaram que deram roupa chamativa para os seus filhos vestirem, para que os outros utentes da estrada os consigam ver na estrada. Portanto, em termos globais, esta medida para o aumento da visibilidade ainda é pouco utilizada.
Ver filmes ou reportagens sobre segurança rodoviária ou utilizar um “tapete de atividades de trânsito” foram possibilidades indicadas por poucos inquiridos. As mulheres tenderam a indicar com maior frequência do que os homens que já utilizaram as diversas possibilidades para promover o comportamento seguro dos seus filhos na circulação rodoviária.
Globalmente, podemos estabelecer que, nesta amostra, o tema do transporte pelos pais afeta menos de um quarto dos pais. Três quartos confiam nos seus filhos para fazerem o caminho para a escola na via pública a pé ou com os serviços de transporte públicos e adotam também medidas para apoiar os seus filhos no desenvolvimento das capacidades necessárias para tal. Tal acontece, em particular, através de exercícios práticos, como a realização conjunta de percursos, a chamada de atenção para locais de perigo e os sinais de trânsito, assim como o treino de competências de condução na bicicleta ou trotinete. Seria desejável um aumento da segurança ativa, por exemplo, através do uso de vestuário refletor por crianças de todas as faixas etárias.
Opiniões sobre o caminho para a escola das crianças do ponto de vista da restante população
Por outro lado, foi questionado como é encarado o transporte das crianças pelos pais da perspetiva de pessoas sem crianças em idade escolar. Neste contexto, não foi especificado se, nos respetivos lares, ainda não existem ou já não moram crianças em idade escolar ou nunca moraram. O inquérito restringiu-se aqui a crianças da escolaridade primária. Muito poucos inquiridos (11 %) sem crianças em idade escolar consideraram, de modo geral, correto que os pais de crianças da escola primária levem os seus filhos de manhã à escola de automóvel. Como motivos aceitáveis, foram referidos pelos defensores um caminho para a escola demasiado exigente para as crianças com situações de tráfego confusas (70 %), o perigo de assédio por estranhos (68 %), assim como a poupança de tempo (60 %).
Pelo contrário, a grande maioria dos inquiridos sem crianças em idade escolar (86 %) indicou que as crianças, se possível, não deveriam ser transportadas de automóvel para a escola (diagrama 22). O seu principal argumento: as crianças devem aprender a realizar o caminho para a escola de forma autónoma e segura (90 %). 77 % referiram ainda que as crianças devem ir para a escola juntamente com outras crianças e estabelecer contactos sociais. 61 % consideram que o transporte de automóvel tem um impacto sobre o ambiente e os residentes locais. Esta quota é significativamente maior do que no subgrupo dos pais com crianças em idade escolar (23 %). A existência de uma boa ligação aos meios de transporte públicos na maioria das cidades e municípios foi referida por 40 % como argumento contra o transporte pelos pais. 37 % consideram que seria demasiado perigoso se todos os pais levassem os seus filhos à escola de automóvel.
A aceitação do transporte pelos pais (os chamados “Elterntaxis”) por não-pais é, por conseguinte, extremamente reduzida. Estes defendem, tal como os pais que não transportam os seus filhos até à escola, as oportunidades de desenvolvimento de capacidades e competências que o caminho para a escola autonomamente percorrido oferece às crianças.