Reação flexível a condições de tráfego variáveis
O sistema de liberação das faixas de emergência em autoestradas adota uma abordagem semelhante. Em caso de elevada densidade do tráfego, as faixas de emergência são disponibilizadas temporariamente como faixas de rodagem adicionais, mediante a respetiva sinalização variável, frequentemente antes das saídas das autoestradas. Pretende-se, com esta abordagem, evitar os congestionamentos, obtendo-se também uma medida de prevenção de acidentes, além de muitos outros efeitos positivos. No entanto, o sistema só pode funcionar bem se as faixas de emergência forem monitorizadas permanentemente e bloqueadas no respetivo troço, caso se destinem ao estacionamento de veículos acidentados ou avariados.
A reação flexível às condições de tráfego variáveis presta, em todo o caso, um contributo essencial para o aumento da segurança rodoviária. Os sinais de trânsito variáveis em autoestradas ou em espaços de feiras e eventos já existem há muito tempo. Os grandes avanços na tecnologia dos sensores, no setor da tecnologia da comunicação e, naturalmente, na tecnologia dos computadores, bem como na compreensão da fluidez do tráfego, permitiram um desenvolvimento contínuo dos sistemas. A articulação entre a tecnologia das informações e da telecomunicação, bem como a interligação das diversas formas de participação no trânsito rodoviário, permitem, atualmente, intervenções direcionadas no tráfego, não apenas ao nível nacional mas também na circulação rodoviária urbana fortemente congestionada.
A combinação da regulação do tráfego e das informações sobre os utentes da estrada demonstra, em parte, resultados muito bons. Em Inglaterra, o National Traffic Control Centre (NTCC) disponibiliza informações em tempo real sobre as condições de trânsito em autoestradas e estradas nacionais. Em Londres, o trânsito é monitorizado a partir do London Streets Traffic Control Centre (LSTCC) e está sujeito a intervenções de controlo. Existem centros semelhantes, e em parte ainda mais bem equipados, por exemplo, em Varsóvia, em Moscovo ou em Tóquio. O desenvolvimento constante no domínio da telemática dará ainda origem, neste contexto, a muitos outros desenvolvimentos úteis.
Criação de uma infraestrutura de pontos nodais
No entanto, não se apela aqui apenas à tecnologia, mas também a cada um dos utentes da estrada. Enquanto os automobilistas acreditarem mais num sistema de navegação que ainda não está integrado em rede do que nos centros de controlo do tráfego, ou optarem por atalhos por uma zona residencial para contornarem uma estrada principal congestionada, serão criados riscos de tráfego evitáveis. Além disso, a insistência inflexível em apenas um meio de transporte, normalmente no veículo de passageiros, leva a congestionamentos desnecessários com os riscos de acidente a eles associados. O recurso mais frequente às ofertas da utilização partilhada de veículos, ciclomotores e bicicletas, a mudança para transportes públicos, pelo menos em parte do trajeto, bem como a utilização da bicicleta ou andar a pé, não ficam bem apenas “aos outros”. A flexibilidade na mobilidade começa com cada um de nós. A tecnologia é, aqui, apenas um meio para atingir o fim. No entanto, para a promoção da utilização flexível de diferentes meios de transporte, é também necessário criar uma infraestrutura de pontos nodais. Trata-se, neste caso, sobretudo da criação de possibilidades de estacionamento seguras para automóveis, bicicletas e meios de transporte alternativos, como é o caso dos segways, em locais com uma boa ligação aos transportes públicos. Nos Países Baixos e nos países asiáticos, por exemplo, são frequentes os parques de estacionamento adequados para bicicletas nas proximidades de estações de comboio muito movimentadas. A cidade japonesa de Quioto aposta, inclusivamente, em garagens subterrâneas completamente automatizadas. Lugares de estacionamento cobertos para bicicletas, com boas possibilidades de proteção, deverão ser disponibilizados em tantas paragens quanto possível. Também a criação de formas seguras que permitam transportar bicicletas nos meios de transporte públicos, bem como em ligações de longa distância, contribui para a segurança rodoviária. Quanto mais atrativas forem as ofertas, maior será a aceitação pelos potenciais utilizadores.
Dispositivos de proteção atenuantes para motociclistas
Também fora das localidades existe ainda um grande potencial de melhoria. Devido ao nível de velocidade mais elevado, já não são os peões e os ciclistas que sofrem acidentes mais frequentemente, mas sim os utilizadores de veículos motorizados. A adaptação das infraestruturas para motociclistas visa, neste contexto, a redução do risco a que este tipo de utente da estrada está particularmente exposto.
Medidas que mantenham seguro o pavimento da faixa de rodagem têm um efeito positivo também para os restantes utentes da estrada. Especialmente a massa de betume utilizada em alguns países para remendar buracos ou fendas torna-se rapidamente um perigo para os motociclistas. As medidas de reparação deverão, por isso, envolver materiais que apresentem valores de fricção semelhantes aos do restante pavimento. Uma reparação rápida de buracos evita a danificação contínua da superfície da faixa de rodagem e o surgimento de gravilha no decorrer de reparações maiores.
Além disso, as barreiras de proteção deverão ser concebidas de forma a oferecer, também aos motociclistas que nelas embatam, a melhor proteção possível. A combinação de um lado superior grande, por exemplo de um perfil em caixa, com uma viga instalada por baixo da longarina para evitar um embate no pilar, provou a sua eficácia não apenas nos testes de colisão, mas também em acidentes reais. As vigas podem ser reequipadas em muitos sistemas já existentes. O sistema “Euskirchen Plus”, desenvolvido pela DEKRA a pedido da Agência Federal dos Transportes, por exemplo, oferece ao motociclista que sofre o impacto uma proteção igualmente elevada.