Sempre a correr

25/04/2024
Depois da escola, fazer rapidamente os trabalhos de casa e, a seguir, desporto, natação, dança ou música: a rotina diária de muitas crianças e jovens tem, muitas vezes, poucas horas livres. O esforço exigido aos pais para fazerem todo este planeamento — especialmente se tiverem vários filhos — é enorme. Quem tem de estar onde e a que horas? A pé, de bicicleta, de autocarro ou de comboio? Ou será necessário recorrer ao carro? Em caso afirmativo, de que forma se vão organizar as viagens?
“Infelizmente, com todo este stress, a segurança é muitas vezes esquecida”, afirma Markus Egelhaaf, investigador de acidentes na DEKRA. “Três cadeiras de criança não cabem nos bancos traseiros, a colocação correta do cinto de segurança é muitas vezes confiada às crianças e os pesados tacos de hóquei e outros equipamentos desportivos acabam por ficar soltos na bagageira”. Como o tempo é escasso e os lugares de estacionamento no destino são poucos, as pessoas param por vezes no passeio ou em segunda fila. Nestes casos, a única solução é fazer tudo “a correr”. Abrir as portas e sair. Nestes momentos, o facto de, com menos stress e uma melhor situação de estacionamento, só se deixar sair pelo lado contrário à estrada e ter cuidado com os peões que circulam de bicicleta ou a pé é esquecido. “São precisamente estas situações que representam um enorme perigo de acidente, tanto para os próprios filhos como para os outros utentes da via pública”, explica Egelhaaf.

Quando a pressa é muita, nenhuma criança olha para trás para ver se vem alguém antes de abrir a porta.

Markus Egelhaaf
Sair rapidamente para a berma da estrada leva a encontros desagradáveis com os veículos que passam, e descarregar a bagageira junto do trânsito em movimento também representa um potencial de perigo significativo, especialmente porque a atenção dos outros condutores também é limitada — eles próprios também estão com pressa para deixar os seus filhos nos respetivos destinos.
“Apesar de todo o stress que a logística com as crianças implica, as normas de segurança rodoviária nunca podem ser esquecidas”, sublinha o investigador de acidentes. Isto inclui, entre outras coisas, garantir que cada um dos passageiros tem o cinto de segurança corretamente colocado e apertado e, se necessário, que cada um deles dispõe de uma cadeira de criança adequada; que todas as crianças saem do veículo apenas pelo lado contrário à estrada, depois de se certificarem de que a porta