Familiarize-se com o funcionamento

04 Jul 2023
Apesar de os automóveis serem cada vez mais seguros, as crianças são as vítimas mais frequentes de acidentes rodoviários. Os ferimentos mais graves ocorrem quando as crianças viajam no automóvel sem qualquer sistema de retenção. “Durante uma colisão a 50 km/h, os ocupantes das viaturas são expostos a forças que correspondem a uma queda de um quarto andar”, explica o investigador de acidentes da DEKRA, Markus Egelhaaf. Se, por outro lado, a criança viajar com um sistema de retenção apropriado, o risco de um acidente fatal é reduzido em até 80% segundo dados da Organização Mundial de Saúde OMS.
Em muitos países, as crianças só podem viajar de carro numa cadeira de criança apropriada. Na Alemanha, por exemplo, é obrigatório o uso de cadeira de criança até aos 12 anos de idade, exceto se a criança atingir 1,50 metro de altura antes dos doze anos de idade. As cadeiras para crianças estão divididas por grupos de altura das crianças, segundo a atual norma europeia UNECE-R 129. O sistema de fixação Isofix estabeleceu-se como o sistema mais utilizado na maioria dos modelos de veículos ligeiros de passageiros modernos. Com este sistema, a cadeira de criança pode ser fixada de forma fácil e segura, excluindo praticamente a possibilidade de uma utilização incorreta. Os outros sistemas disponíveis no mercado recorrem à fixação por cinto de segurança. “Familiarize-se sempre com o funcionamento da cadeira de criança e verifique, antes de cada viagem, se a cadeira está fixa e se o cinto de segurança da criança está bem colocado. Porque a segurança da criança depende disso”, recomenda Egelhaaf.
Atualmente estão em voga as cadeiras “reboard”, nas quais os bebés viajam virados de costas para o sentido de marcha. Este sistema oferece a melhor proteção para os bebés. “Nestas cadeiras, as forças que ocorrem durante um acidente ou uma travagem brusca, são transferidas amplamente sobre as costas da criança, apoiando também a cabeça. Esta solução é a mais bem adaptada à anatomia de crianças pequenas”, explica o investigador de acidentes. Os sistemas de retenção conhecidos por “ovo” ou “babycoque” são, por norma, construídos de forma que as crianças sejam transportadas de costas viradas para o sentido de marcha. As cadeiras “reboard” também estão disponíveis para crianças até aos quatro anos de idade. No entanto, nem todas as crianças gostam de viajar viradas para trás.
Quem transportar uma criança num “ovo” no banco do passageiro, não pode esquecer-se de desativar o airbag do passageiro. Caso contrário, o airbag pode ferir gravemente a criança, se for acionado durante um acidente. É importante saber: de acordo com estudos, as crianças estão geralmente mais bem protegidas nos bancos traseiros.
Se estiver a pensar em adquirir uma cadeira de criança, deve verificar o selo de teste na etiqueta cor de laranja da cadeira. A norma UNECE-R 129 supramencionada difere das normas mais antigas, entre outros, devido aos requisitos adicionais que visam a proteção contra impactos laterais das cadeiras para crianças, que são testadas num teste especial de impacto lateral. A utilização de cadeiras que cumprem apenas os requisitos das antigas normas UNECE-R 44/04 ou 44/03 continua a ser permitida, mas não oferece a mesma proteção. A partir do final deste ano deixarão de ser fabricadas — as cadeiras novas terão de cumprir as especificações da norma UNECE-R 129.
No ato de compra de uma cadeira deve-se verificar sempre, se esta é adequada para o veículo. A página de Internet do fabricante ou as listas incluídas na documentação da cadeira podem ajudar nesta verificação. Além disso, é aconselhável testar a instalação da cadeira no automóvel e deixar a criança experimentá-la — afinal, é importante que a criança seja transportada em segurança, mas também que se sinta confortável.